MINHA RUA
Minha rua é triste.
Uma tristeza
Que , as vezes, agride
A alma da gente.
Não tem crianças na rua
A brincar de pique-esconde
Os jovens, se por aí,
Nem sei onde.
Os velhos, escondidos,
Enclausurado pelo tempo
Saboreiam o vento
Por uma fresta na janela.
A menina sonhadora
Recostada na janela
Ver o trem levar seus sonhos
Deixando a saudade com ela.
E a tarde, num abraço lento,
Uma troca de grilhão.
A noite continua
Os momentos de solidão.