SOU ESTRADA.
SOU ESTRADA!
Sou fio de água escondida
A escorrer no deserto
Árido que me consome
Sou o pão envelhecido
Abandonado na mesa
Enquanto morro de fome
Sou a sombra que enxergas
E não vês o que te olha
Talvez seja o escuro da noite
Ou a chuva que te molha
Sou o o nada que circunda
Os vazios da tua mente
A brincar com teus reflexos
E sentes constantemente
Sou o negro
Sou o alvo
Sou teu pelo
Tua pele
Sangue rubro
Circundando
Tuas vísceras
Quando dizes
Que me amas!
Sou o tudo
Sou o nada
Sou apenas
A sombra
Nessa longa
E comprida
Estrada!
Marilene De Azevedo
Direitos preservados ela lei 9610/1998