SOU ESTRADA.

SOU ESTRADA!

Sou fio de água escondida

A escorrer no deserto

Árido que me consome

Sou o pão envelhecido

Abandonado na mesa

Enquanto morro de fome

Sou a sombra que enxergas

E não vês o que te olha

Talvez seja o escuro da noite

Ou a chuva que te molha

Sou o o nada que circunda

Os vazios da tua mente

A brincar com teus reflexos

E sentes constantemente

Sou o negro

Sou o alvo

Sou teu pelo

Tua pele

Sangue rubro

Circundando

Tuas vísceras

Quando dizes

Que me amas!

Sou o tudo

Sou o nada

Sou apenas

A sombra

Nessa longa

E comprida

Estrada!

Marilene De Azevedo

Direitos preservados ela lei 9610/1998

Marilene Azevedo
Enviado por Marilene Azevedo em 25/11/2018
Código do texto: T6511895
Classificação de conteúdo: seguro