Fugindo da poesia ***
Muitas vezes fujo dessa arte, poesia,
cubro- a com sombras, panos,
esgano-a, torço seus versos,
ela resiste, germina em terra árida
no fundo d'alma e canta como nunca
A ela, então, ajoelho e faço preces
pois jamais deixa o poeta,
está sempre dançando em letras
disformes, obtusas, arestas sem aparas
na ponta ressecada da caneta
Reedição
24/11/18