PASSA-PASSA
PASSA-PASSA
Aqui meio dia e... Trinta e oito minutos
e passando, passando, minutos e segundos
o anel, o tempo, o vento e o mundo
passando os pensamentos afoitos
tremulando, diante do buraco fundo.
Passando a amor e as cidades
as ruas com seus arco-íris
e os silvos das atrocidades.
A boiada o boi e as cancelas
a seresta da noite, toda p'ra ela...
As estradas perambulando saudades!
e as passadas dando sebo nas canelas.
Passando a lua pelo quarto
crescendo em seu minguado
enchendo o pulsar p'ro enfarto
o novo e o velho todo enfadado.
Passando as brincadeiras
pega-pega e guim-gorraia
amarelinho com sua pedra
meninice e o fogo de palha.
Passa, passa asas de pipas
pula tabua e pula corda
cinco-marias e suas dicas
corre-corre, não engorda.
Passa, passa que saudade!
de um tempo que atrás ficou
passa até certas verdades
mas não passa o nosso amor.
Eu vou passando por aqui
com os dias todos voando
sob extremo do meu existir
vou passando, vou passado.
Antonio Montes
PASSA-PASSA
Aqui meio dia e... Trinta e oito minutos
e passando, passando, minutos e segundos
o anel, o tempo, o vento e o mundo
passando os pensamentos afoitos
tremulando, diante do buraco fundo.
Passando a amor e as cidades
as ruas com seus arco-íris
e os silvos das atrocidades.
A boiada o boi e as cancelas
a seresta da noite, toda p'ra ela...
As estradas perambulando saudades!
e as passadas dando sebo nas canelas.
Passando a lua pelo quarto
crescendo em seu minguado
enchendo o pulsar p'ro enfarto
o novo e o velho todo enfadado.
Passando as brincadeiras
pega-pega e guim-gorraia
amarelinho com sua pedra
meninice e o fogo de palha.
Passa, passa asas de pipas
pula tabua e pula corda
cinco-marias e suas dicas
corre-corre, não engorda.
Passa, passa que saudade!
de um tempo que atrás ficou
passa até certas verdades
mas não passa o nosso amor.
Eu vou passando por aqui
com os dias todos voando
sob extremo do meu existir
vou passando, vou passado.
Antonio Montes