ESTRELAS
Estrelas escorriam da tela,
na solidão do museu.
Aparei gotas de céu em minhas mãos.
Enovelei-as.
Possui por um tempo,
Estrelas abrasadas de loucura
e o azul mais azul que pode o azul ser.
Um céu enovelado que me aquece
e apaga – primaveras sem teus beijos,
invernos de angústias.
Teceu um manto azul
de estrelas trançadas,
um manto enfeitiçado.
Das estrelas da noite artesã.
Tem mãos de fada.
e tanto amor,
quanto estas estrelas deslumbradas.
Quando chegar aquela que amo
Com seus olhos
que são para mim, música;
e para outros, mel.
Quando ultrapassar a escura porta
e se quedar no branco leito.
Eu a cobrirei com o céu.
Um céu enovelado que aquece
e apaga – primaveras sem teus beijos,
invernos de angústias.
Passa o tempo brincando de saudade
sobre a translucidez da esperança
e o novelo de mágoas e lembranças
eterniza o cruel desenrolar
Na solidão de museu
Estrelas abrasadas de loucura
Aparei gotas em minha mão
Enovelei-as como antes
quase sempre igual- jamais contínua-
ao destino servil do consumar
Passa o tempo e nos fica a vaidade
na amargura da vida edificada
no desejo total de eternizar
Somos todos museus de embriaguez
quando não descartamos quase nada
pela doce ilusão de não passar