23/03/2016

Me tiram as vestes

Me abrem a carne

Me observam na íntegra

Me julgam com as suas leis

Analisando o meu vazio

Deduzem que estou cheia

Preenchida

Entorpecida de amor

Me dizem o que já sei

Estou fadada ao fracasso

Caminhando para a guilhotina

Por sentir o sentimento

Da morte do êxtase

Que se formou da minha imaturidade

Me abriram a carne e me viram vazia

Sorriram e me disseram "tudo bem"

Ayane Camila
Enviado por Ayane Camila em 23/11/2018
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