Wanderer-fantasie II
A vida inteira eu te amei
Até aos últimos instantes em que eu pude viver
E não consegui desvendar os teus olhos
E não fui capaz de encontrar
As tuas vertentes, virtudes e ventanias
Como tu vês, tantos vês esvaziam um viver
E não deixam vestígios
E nem ao menos tu vês
Que ao viver, não bastam variantes
De um amor mal consumido
Ou de beijos despedaçados
Eu tanto em tudo te amei
E mais te amar já não posso
Porque me possuo num elo de raros efeitos mentais
Que extasiam o meu ser
E já não me consumo em palavras mal dormidas de plenitude vulgar
Em tudo tanto, te amar já não posso,
Não me cabe, não me convém
Nem me constrói o viver
Já não existo numa esfera concreta de limitados concretos
Sou livre de conceitos e formas
Trejeitos e normas
Sou eu mesmo no meu verso intenso
Liricamente ninguém.