Dos Desertos!

Qual mão que mal se acaba,

Destas que a mão no destino põe,

Supõem-se dias melhores apenas,

Livra da ceifa o pescoço encardido,

Limita-se aos achados, bandoleiros,

Barganhas de província & palácios,

Sulco aberto para correr sangue solto,

Não deles, mas dos impotentes de plantão,

Valha-me barqueiro, roubaram tuas moedas,

Qual missão que o mal se acaba,

Destas que nem missa tem por premissa,

Impressa a imprensa, ares de opressão,

Faltam atitudes para os descalabros,

Sobram sonoras, uma vergonha tal,

Na pálida folha que nem branca fica,

Jorro vermelho por toda a areia seca,

Não deles, mas dos famintos de plantão,

Valha-me barqueiro, esconderam tuas moedas,

Qual prisão que mal se acaba,

Destas que nem segura os que afligem,

Dirigindo na larga, passam por cabeças,

Rolamentos & entroncamentos, mais desvios,

Dilapidam a céu aberto, nem o ar mais respira,

Do barro torneado, a vidraça que estilhaça,

Sobraram esqueletos espalhados pelo chão

Não deles, mas dos miseráveis de plantão,

Valha-me barqueiro, emprestaram tuas moedas,

Qual pensão que o mal se acaba,

Destas que nem pendem a rede, só o alpendre,

Detonam a face mais aberta, olhos ocultos,

Falidos na educação, perdidos & doentes,

Afugentam da luz como vampiros desdentados,

Todo o pó que será carcomido, pétalas ao ar,

Tirante de couro como corda de pescoço, condução,

Não deles, mas dos sacrificados de plantão,

Valha-me barqueiro, estouraram tuas moedas!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 13/09/2007
Código do texto: T650950
Classificação de conteúdo: seguro