POETA MODERNO

Vejo prosas, bossas e poemas

Trovas, cantos e versos

Envoltos de rimas e cantigas

Antigas e lançadas ao esmo

Vejo quadros, ensaios e novelas

Teatros, rezas e capelas

Místicas fontes de vidas mortas

E assim, já não há mais poesias.

Flores murchas e chocolates derretidos

Nos dedos nus e não entrelaçados

Das mãos vazias e não dadas...

E assim, já não há mais sonetos

Assassinado, o eu-lírico se cala

Num dueto monólogo e vazio

Retratando um artista sem artes.

Vejo folhas de cartas e textos cheios

Repletos de 100 palavras

Molhadas de afoitas e tristes almas

Fugidas da prisão dos olhos.

Vejo eu, você e ninguém

Ninguém que é você ou um eu

Perdido no mundo do poeta moderno

Cheio de 10 amores e afogado no eu, dilúvio chuvoso de tédio...

Diogo Acrizio
Enviado por Diogo Acrizio em 22/11/2018
Reeditado em 23/11/2018
Código do texto: T6509373
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