DOS PERGAMINHOS DE NOVEMBRO À VALSA DE DEZEMBRO
Não quero fazer sentido
Nem pretendo ter o menor nexo
Não quero o espelho perdido
Muito menos refletir às paredes o sexo.
Não espero que meu ato seja escasso
Nem obter seu gozo pardo.
Concilio, isso sim, bem-quereres aprisionados a prazo
Que bradejem imediatos beijos se tardo.
Tento abrandar o tempo elástico.
A linha do ido se equilibra como aço,
Teimosa e preguiçosa, viça-me um frio enfático
Que os radares de pelos captam a um simples passo.
O corpo, esse que me apresenta,
Transfigura-se qual cavaleiro de Cervantes,
Cego de perigos, certo da paixão que sustenta
... aponta sorridente, o peito triunfante.
A lança rompe-se inevitável.
É o agora, o instante
Que tremula num infinito quadrado quarto
À espera do parto.
Não! Não feche os olhos,
Nem lacrimeje em sua rosada pele.
Esqueces de que não faço sentido?
E que muito menos visto-me de nexos?
Nâo! Não se ocupe em encontrar esquinas
Que expliquem os faróis em meus olhos.
– que explicações há para sorridentes luzes?
O sentido... ora! Me retrato.
Não possuo apenas um, e sim, cinco!
Norte, sul, leste, oeste e o meu centro,
O túnel do peito.