Viajo na noite

Sigo no sopro
Da lua que vaza num vento sinza
Que surge no horizonte
Além do mar
E perpassa na escuridão
Fora de mim estou sempre só
A minha solidão é quase perfeita
Entrelaçada no rastro lunar
Que interfere na sombra
Apagando o silêncio da noite
Jogo fora o meu pensar
Que deita num avesso turvo
Através da passagem da lua de luz
Flutuando na página solta e leve
O espaço recolhe na água como pranto
Hoje não quero clamar o tempo
Sinto falta do vazio por ser precário
E no meu discurso deserto me entendo
Quase adormeço no berço das horas
Na passagem coerente do olhar
Vejo o reflexo que sublima a vida
Num sonho incapaz
De sonhar na noite só


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De 25/11/2018 18:05 - marciusantos
Fora de mim a solidão é quase perfeita, afinal ela permite a introspecção e a imaginação criativa. Belíssima e inspiradora poesia que interfere na sombra, apagando o silêncio da noite. Efusivos aplausos! Obrigado pela honrosa interação! Um grande abraço, caríssima Gernaide!

Muito obrigada, marciosantos...  Gostei da interação. Um abraço poeta
 
Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 21/11/2018
Reeditado em 31/12/2018
Código do texto: T6508397
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