O vento que veio
veio o vento
Sem saber para que veio
Chegou-se lento atento. olhei cada gesto
E cada sopro
E segui teu rastro, meu passatempo
Um cisco rodopiou e voou
E outro, e outro, um que se foi
Aos gritos, aflitos,
Animais ariscos corriam
Mas sempre ao alcance das mãos do vento
Depois de lento, acelerou
Depois de manso, embraveceu
De ínfimo, se agigantou
E trouxe a chuva, os raios,
Trovões e medo...
Um cisco cegou-me os olhos
Um mar de chuva banhou-se em mar
De vento se reinventou
E mansamente se aquietou como quem
Se arrependera de ter vindo.