Réstia de café
Paira no negrume o calor, aos poucos.
Encostado na parede de asperezas, lenta tarde
esboroa o diáfano de réstia.
Assombro e desventura estrelo de fleuma
irresoluto porque o reverdecer en
passant, florescência, ternura, luz
tamborilam resfolegantes mais.
O cisne negro níveo no apontamento adeja.
Sorvedouro de quentura. Disse: um
gole de café para a vida enfrentá-la -
vaga de turbilhão escuro apaixonante -
junto ao açaí violáceo atro.
De fragrância sinuosa vaporosa
chama cafeeira na subida da
água a penetrar nas borras
pressagas de denso pó terral.
Férvido roseiral sobrepõe-se ao
feral corisco de olhos dolentes.
Bons goles de café para uma
porrada de vida extra-forte.
Trago de café: esperança inexorável
entre relevos bizantinos numa
paixão contínua, ainda que o negrume
paire na réstia de recomeço fantasmagórico.