Olhar Cadavérico

Meu olhar denso e nebuloso

observador de vento e luzes

lá onde o pássaro sem matizes

pousa túmulos cabulosos

e, a última flor de plástico murchou

e, os rios de lágrimas transbordaram

afogaram-se todos os últimos peixes

em oceano seco de águas raras...

Meu olhar denso e nebuloso

olha de soslaio passar o tempo

e, no reflexo da ampulheta a morte espreita

e, nos becos e vielas passa sua foice

e, o último corpo é desconhecido

sua face não tem foto, só entranhas

tão estranhas que não tem final

somente uma poça de sangue na sarjeta...

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 18/11/2018
Código do texto: T6505495
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