Tempo perdido
                    

 
Na espera, enquanto quem chegava era o vento...   
Pensava;  _É certo que para cada fase da lua,
existe alguém por ela encantado, tolo, caminhando sedento,
ou esconde a sua dor acariciando uma parte dela
silenciosamente dentro de si, com carinho guardada,
nas noites desertas, encostado na janela.
Posso imaginar a sua dor do não poder, do não ter acontecido.  
E em algum lugar, pelos  rumores da vida,
incompletos, somos metade de luas, somos fases,
somos ciclos, frases esquecidas, somos.
Ao contrário da lua, somos milhões de impossibilidades,
somos sonhos impedidos, até mesmo de serem sonhados,
somos muitas vozes todas abafadas, somos saudades.
E sem renovações, nesta espera; Você redescobre o tempo,
molda-se a ele, sim, ouve a voz do vento que já não sopra,
impiedosamente ele fala, nos conscientiza que errar foi preciso.
Não houve leve engano, em tudo estávamos certos,
Não houve tempo perdido, foi o que tinha que ser.
O vento sabe o que nos vai por dentro, sabe de nós,
conhece cada lágrima, e cada vez que a sua alma 
dormiu ao relento, sem ouvir a própria voz.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 18/11/2018
Código do texto: T6505183
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