AH, DO QUANTO GOSTARIA ...
O tempo
passa devagar
distribuindo
um certo mal estar
e não é torto o meu olhar
Se avizinha a era do
temor
O quanto gostaria
de mover o braço/ num passe de mágica
clarear os dias, suavizar as noites
mudar as coisas
Dizer qualquer palavra
de ternura
de amor
para as pessoas
Mas
os zumbis
os canibais sem dentes
não querem permitir
Gostaria, ainda
de provar da vida
que mereço
da paixão
essa que me incendeia
as noites
De andar por novas estradas
essas que atravessam
mundos distantes
Gostaria de muito
mais
Mas
apesar dos pesares
continuo
teimoso
Insisto em singrar
os mares
Contornarei
a fúria das tempestades
as noites sombrias
e
ao lado de quem me ama /desejo meu maior
não temerei as turbulências
nem a gota d'água
que me transborda ...