Lamento
Lamento
Lamento, diariamente lamento
Tamanha lamentação reverbera
Nessas linhas tortas que escrevo
Trarei agruras e um pouco de tormento
Tento sob nova óptica observar
Nas distintas objetivações compreender
O que dialeticamente não existe
Vejo morrer o ato de pensar
Meus lamentos criam forma
Demônios mil lancinando
Minha pobre alma conturbada
Meu lamento em ódio se transforma
Então julgo, crio miasmas
Dedos em riste, gritos tresloucados
Pária, fascistas, comunistas
Destilo veneno, crio fantasmas
Veneno viscoso e invasivo
Ataques, agressões e mentiras
Tudo em prol da nação
Destoar é tal qual ácido corrosivo
O Brasil neste comum estágio
Não é nação, é ringue e rinha
É campo de guerra sanguinário
É vírus mortal em amplo contágio
Eduardo Benetti