Maria d'água
Essa Maria é água abundante
Que transborda, mana e alaga.
É mina, fonte, nascente,
É fluxo que nunca acaba.
Ela não seca, não míngua, não se esvazia.
Se estancam o seu curso,
Ela logo se desvia.
Jorra fresca na alvorada,
Entardece morna de alegria.
E Maria continua aguada
Mesmo quando termina o dia.
E escorre pela noite adentro,
Em paz ou em agonia.
E quando vem o amanhecer,
O ciclo se reinicia.
O mundo em volta se inunda,
A paisagem se recria.
Formam rios, formam lagos
Com as águas de Maria.