A ALMA ABRIGA A POESIA

Drummond já não lê pra Quintana,
O livro sucumbiu à "mão-leve"
que quiçá escreve
em linhas o próprio nome
talvez pra matar a fome
ou cobrir a pele nua
matou à míngua a cultura
neste pseudo heroísmo
dando vida ao vandalismo
que pauta as noites da rua

É a cultura preterida
numa escalada invertida
onde o descaso se impõe
a raros valores nobres
trocada por escassos cobres.
Contudo, o alento deste trauma,
do livro, alimento da alma,
e que passa a alimentar o corpo
é o pensamento absorto
que se alia à palavra quieta
sabendo que a poesia se abriga
na alma imortal do poeta

Referencia ao livro furtado da escultura de Drummond e Quintana, na Praça da Alfândega, em Porto Alegre.
Cesar Tomazzini
Enviado por Cesar Tomazzini em 10/11/2018
Reeditado em 03/01/2019
Código do texto: T6499081
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