Doce Errantes
Sua reação foi engraçada...
Quando disse que te amava.
Estraguei tudo... Eu vi.
Mas havia poesia ali.
Então boa partida.
Nem eu estou mais assim...
Tão a fim de mim.
Inspirar a quem?
Inspirar-se em quê?
Ninguém age como tal...
Mas há sempre quem o diga:
Conciliar o que se quer...
Daquilo o que se precisa.
Niilista. Masoquista.
Derrotista. Pessimista.
Positiva a negação.
Pois na verdade: realista.
Ainda existe graça...
No perdido dia de trampo.
Essa chuva... E você...
Em minha cama um encanto.
A política do seu corpo...
Não faz oposição...
Ao manifesto do meu toque...
Minha constituição.
Não se erram os nomes.
Ao contrário se misturam...
Em meu chulo linguajar...
Expressivo e amoral.
Ninguém fará igual.
Sem gerentes... Sem clientes...
Sem colegas... Sem as metas.
Uma pequena discussão...
Mas em molhadas bocas...
Voltam nossas boas...
Fugimos desta terra.
Orgulhos ambos se escutam...
Nas vozes mudas ao telefone.
Certezas de "adeus".
Um "nunca mais" em quase prantos.
Disso tudo acho graça...
Pois cá de novo estamos.
E ambos tão sabemos...
Que nunca é pra tanto.