Pingadas estrelas
Sem forças, a poesia já não alcança o luar.
Noites, insistentes, buscando respostas,
Imperioso, soberbo; O tempo,
Não quer saber do que ela vai se queixar.
Papéis em branco, espreguiçam-se,
sobre a mesa fria, e o desânimo da caneta.
Silenciosa, pensa tantas coisas não ditas,
e vai rasgando os rascunhos da gaveta.
Do nada, enche-se de versos, e mais versos,
confunde em seu ser, agora sem cores,
embriagando-se com o gosto quente do café,
amargando da sua vida, diversos sabores.
Sem mais, a alma sai voando sem asas,
os seus olhos nem buscam, mas, se fixam
num nada dum mundo sem compaixão.
Com medo, afasta as cortinas, vê a estrada,
Nas suas perdas, e solidão se deleita,
vida à fora, apática, contemplando a escuridão.
Triste com as suas pingadas estrelas,
talvez o sono lhe traga os sonhos sem brilho,
Resignada, desapontada, ela se deita.