A VINGANÇA DAS MARIONETES

Sempre a mesma raça manobrando a massa

e tudo não passa de mera ilusão.

Somos marionetes sempre penduradas

em cordões atados aos dedos da mão.

Que me valha então a vã filosofia,

se a mente atrofia, que me reste a calma.

Em minha existência busco a teoria

pra ensinar ao corpo os truques da alma.

Fecho inerte a boca pra evitar o grito,

não quero alarde posto que inflama,

virá um dia a conta, seja cedo ou tarde,

e alguém há de pagar ao chafurdar na lama.

Quero ver a mão que agora dá o castigo

sem se preocupar com a fome que espalha

pedindo arrego a quem não deu abrigo,

oferecendo o dorso ao fio da navalha.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 05/11/2018
Código do texto: T6495442
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