A VINGANÇA DAS MARIONETES
Sempre a mesma raça manobrando a massa
e tudo não passa de mera ilusão.
Somos marionetes sempre penduradas
em cordões atados aos dedos da mão.
Que me valha então a vã filosofia,
se a mente atrofia, que me reste a calma.
Em minha existência busco a teoria
pra ensinar ao corpo os truques da alma.
Fecho inerte a boca pra evitar o grito,
não quero alarde posto que inflama,
virá um dia a conta, seja cedo ou tarde,
e alguém há de pagar ao chafurdar na lama.
Quero ver a mão que agora dá o castigo
sem se preocupar com a fome que espalha
pedindo arrego a quem não deu abrigo,
oferecendo o dorso ao fio da navalha.
Saulo Campos - Itabira MG