Alguns Poemetos Sem Nome - Número 3

Tudo que tem um nome

acaba amansando-se

de uma certa forma

até a ternura

nos tortura menos

as palavras são boas professoras

os dedos apontam

em muitas direções

mesmo aquelas que desconhecemos

Tudo acaba em um nome

o mal pronunciado

a mentira descoberta

a crueldade denominada

até o poema dito sem forma

sem título algum

acaba sendo belo de certa maneira

só a morte não tem nome algum

chega, não saúda e nem se despede...

...............................................

Enganam-se todos os poetas

ao pensar que a palavra

é apenas sua escrava

(rima imperfeita)

é que os sentimentos são cegos

andam tateando pela escuridão

quando se é poeta

a razão ainda está na fila

(e sua vez nunca chega)

................................................

areia é minha

é meia

é teia

incendeia

e teu amor

uma dor

nem leia

..................................................

viver e morrer

sem amor e sem carinho

é uma questão de visão

é coisa parecida

quase igual

só se muda de endereço

..................................................

o poeta, todo e qualquer um

acabou assumindo

o compromisso mais perigoso

entre todos os mortais

ele enxerga um centímetro além

e sente mais um segundo após o fim...

......................................................

flor ligeira

flor primeira

mais rápida

que a velocidade

passageira

autora da saudade

brincadeira

cheia de tanta maldade

..........................................................

Depois que o carnaval passa

Ficou só a fumaça

Que qualquer vista embaça

Será apenas pirraça?

Ou foi mesmo a cachaça?

Carlinhos De Almeida
Enviado por Carlinhos De Almeida em 05/11/2018
Código do texto: T6495364
Classificação de conteúdo: seguro