Indiferença
A carambola despenca,
O meu olhar se alheia.
Penso aí nossa vida
Lembrando uma Sereia...
Tantos apelos e chamados...
Tantos castelos desfeitos...
Se lança o pobre insensato,
Mergulha no mar de amor,
Súbito se vê arrastado,
Traído, com intensa dor.
Mentiras são fruta madura
Bichada, mas ninguém vê .
Carambola bela por fora,
Podre só vemos ao ter,
A Sereia canta formosa,
Atrai, para te pôr a perder.
Eis pronta sua vileza
Vem cruel indiferença...
Primeiro canta feiticeira,
Depois largando a presa,
Que cai ao abismo entregue,
E seu coração apodrece.
Por fora parece a mesma,
Por dentro vazio e tristeza.
Carambola traz devaneio
Me lembrando desilusão,
Nesse mundo louco, agitado,
Não existe amor mais não.