MARACATU ESPACIAL

Se ao meu chão já não pertence

o que herdado da noite do tempo,

vou-me embora pra antes da vida,

guardar o canto triste no firmamento.

A raiz dos pés por eras paralisados,

nem relutam pela mordaça da fé.

São cruzes calando as vozes da natureza,

dizendo impura a descoberta do que se é.

Então partir encerra na memória o que se leva,

junto aos trapos e e saudades da terra antiga.

Um dia o sol se apagará para a mentira,

e o sono dos sinos entenderá meus estigmas.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 03/11/2018
Código do texto: T6493756
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