ALBERGUE das ALMAS

Canto canto o rock do rei de Roma

canto muito o mudo imita o meu modo muito

não digo não sou pós-não

canto o mundo muito doido

muito muito pós muito

mais que antes pré-antes

muito louco mas bem oco

como um mundo pouco pouco

enterrado d'anjos bobos e poucos

apocalipse Baixo e poucos poucos

são os heróis

são aborígenes que sem voz

clamam aos deuses

com gritos no Tambor

a República dos Canibais

voa na dor

meteoro perdido

transtornado de cor

aqui não existe bandeira

que não seja feito barreira

só resta agora agora

uma espera espera

acima do tempo tempo

pela cabeça louca

que urra urra urra

n'aurora ácida ávida

de rua

onde dormem bêbados, sereias e marginais

onde morrem bichas, soldados e magricelas

atropelados num céu sem pista