VESTÍGIOS

Deixo nas coisas o sinal da minha ausência

Pois vivo para inventar vestígios vagos de mim mesmo

Como se minha existência fizesse sentido.

Sou a singularidade improvável de um corpo que existe como pensamento.

Há nisso algo de irrepresentável,

Existe em tudo uma indeterminação que escapa,

Fazendo o mundo um acontecimento meu

Quando para o mundo não passo de virtual exemplo de humanidade.

Mas deixo nas coisas vestígios...

Futuramente eles dirão meu silêncio.