P R E C I O S I D A D E S (138)
I N G R A T I D Ã O
Nunca mais me esqueci. . . Eu era criança
e em meu velho quintal, ao sol-nascente,
plantei, com a minha mão ingênua e mansa,
uma linda amendoeira adolescente.
Era a mais rútila e íntima esperança . . .
Cresceu... cresceu... e aos poucos, suavemente,
pendeu os ramos sobre um muro em frente
e foi frutificar na vizinhança . . .
Daí por diante, pela vida inteira,
todas as grandes árvores que em minhas
terras, num sonho esplêndido semeio,
Como aquela magnífica amendoeira,
eflorescem nas chácaras vizinhas
e vão dar frutos no pomar alheio.