Mágica menina
Você tem olhos muito vivos e presos ao sistema dos signos
Flerta em seus cabelos matizes de cores inventadas
Quais no entanto não seriam?!
Princesinha de aço, escultura de vidro, estilhaços avulsos, boneca,
Bonequinha loira ou quase
Dona de um tempo que foge sob rastros e fúria
Mágica menina em pleno azul do céu contempla o andar
E o começo de cada palavra criada
Se está presente ou ausente nem o seu silêncio me compensa
Mas compensa a noite
E o distúrbio de ver e sentir e nunca compreender a força de minhas palavras
Guarda como se guarda qualquer vão brinquedo
Mas em seus olhos sempre vejo a vida pulsando forte
Como se uma tempestade nunca fosse suficiente pra lhe apagar as chamas
Do quase loiro de seus cabelos o que me fica é a perene sensação de cores que se
Perderam num lugar de dúvida e de assombro
Em que ninguém sequer ousou pisar
Ainda... sua alma