Mágica menina

Você tem olhos muito vivos e presos ao sistema dos signos

Flerta em seus cabelos matizes de cores inventadas

Quais no entanto não seriam?!

Princesinha de aço, escultura de vidro, estilhaços avulsos, boneca,

Bonequinha loira ou quase

Dona de um tempo que foge sob rastros e fúria

Mágica menina em pleno azul do céu contempla o andar

E o começo de cada palavra criada

Se está presente ou ausente nem o seu silêncio me compensa

Mas compensa a noite

E o distúrbio de ver e sentir e nunca compreender a força de minhas palavras

Guarda como se guarda qualquer vão brinquedo

Mas em seus olhos sempre vejo a vida pulsando forte

Como se uma tempestade nunca fosse suficiente pra lhe apagar as chamas

Do quase loiro de seus cabelos o que me fica é a perene sensação de cores que se

Perderam num lugar de dúvida e de assombro

Em que ninguém sequer ousou pisar

Ainda... sua alma

João Barros
Enviado por João Barros em 31/10/2018
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