Dança contemporânea

Nossos corpos fluem

E traçam a vida-matéria n'um eterno oceano de efemeridades que sucedem-se n'o perene ciclo da existência-símile.

E nossos corpos dançam no vento e com ele

Criando desenhos com o mélico tangir dos dedos dos pés aprimorado pelas águas que chovem das mãos

e dos lábios escorrem em descomunais dizeres

que dissolvem toda a métrica quimérica da liberdade

o perfeito soneto de versos livres e brancos da vida de todas as cores.

E nossos corpos se encontram sob o ressonar dos sinos celestiais que ditam o compasso da dança livre

E gargalham de corpos inteiros enquanto em consonância seus ritmos pairam e logo, em respeito à sutileza do sopro natural, afastam-se e

seguem seu bailar de solitude.

E nossas almas, que se não distinguem uma d'outra pois que há n'uma tudo o que Há

Silenciosas sorriem com o olhar sereno de quem Vê

Enquanto de mãos dadas ao lado dançam inertes o eterno bailar que não tem tempo

Repousando na cadeira de balanço.

Nicolle Ramponi
Enviado por Nicolle Ramponi em 31/10/2018
Código do texto: T6490832
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