Dança contemporânea
Nossos corpos fluem
E traçam a vida-matéria n'um eterno oceano de efemeridades que sucedem-se n'o perene ciclo da existência-símile.
E nossos corpos dançam no vento e com ele
Criando desenhos com o mélico tangir dos dedos dos pés aprimorado pelas águas que chovem das mãos
e dos lábios escorrem em descomunais dizeres
que dissolvem toda a métrica quimérica da liberdade
o perfeito soneto de versos livres e brancos da vida de todas as cores.
E nossos corpos se encontram sob o ressonar dos sinos celestiais que ditam o compasso da dança livre
E gargalham de corpos inteiros enquanto em consonância seus ritmos pairam e logo, em respeito à sutileza do sopro natural, afastam-se e
seguem seu bailar de solitude.
E nossas almas, que se não distinguem uma d'outra pois que há n'uma tudo o que Há
Silenciosas sorriem com o olhar sereno de quem Vê
Enquanto de mãos dadas ao lado dançam inertes o eterno bailar que não tem tempo
Repousando na cadeira de balanço.