OBSTINADO
Não me cabe dizer/
O que deves fazer/
Visto que o teu tempo difere do meu/
Mas há que se inferir/
Não por soberba/
Que andes sensato/
Visto que tudo te oferecem/
E tu, talvez por personalizar intelectualidade/
Acabas por tornar-te deverasmente inculto e comum/
Escravo das ideologias contemporâneas/
Pior que isso é perder a identidade/
Mesmo sem maldade/
Ficas sem saber o que fazer ou aonde ir/
Não obstante a serenidade da ignorância/
Feito criança/
Lambuza-se na orfandade da loucura/
Mas és tomada de ridicularidade/
E tão pobres ficas/
Que o chão e a miséria/
Assemelham-se a ti/
E de divindade passas a ser um resistente parasita/