Manhã de Outubro
Titubeantes soam os tambores redundantes,
Espalham melodias gordas e redondas,
Nas costas espalmadas da cidade.
Notas engolfam-se em um cinza ocre.
Em sua ascensão astral, são deglutidas por pássaros carcinogênicos,
Que as trituram com pedrinhas miúdas,
Para devolvê-las em um esverdeado tom escatológico
À cabeça dos homens que passam.
O senhor Augusto Luz recebeu uma tamborilada no topete:
O penacho burguês desfez-se
No sorriso arlequinal d’um mendigo banguelo.