Estrada

Percorro dirigindo precário,

Enquanto o sol se põe,

Dentro do carro, estou solitário,

A estrada da vida me dispõe.

Viajo para qualquer lugar,

Importância está pendente,

Não tenho destino a chegar,

Apenas sigo em frente,

No banco de trás, em desapego,

Caixas de velhas terapias,

As malas espirituais que carrego,

Estão praticamente vazias.

A cada curva, a cada letreiro,

Deixo para trás pedaços do fim,

A cada ultrapassagem, a cada nevoeiro,

Me reconecto a mim.

Se acendem as luzes da estrada,

O cinto me aperta o peito,

Busco seguir minha jornada,

Algumas lembranças eu rejeito.

Entre pensamentos dispersos,

Toca-se uma música aleatória,

Não reconheço os versos,

Mas sinto a melodia notória.

Precisamos ceder os chamados,

Do passado que já se há de cumprir,

Só seremos seres realizados,

Quando conseguirmos sozinhos seguir.

Invento um pouco de esperança,

E crio expectativas como ninguém,

Porque precisamos ver o mundo em mudança,

Onde tudo terminará bem.

O sol e põe completamente,

O céu semi escuro eu admirava,

Bem vinda noite solitária e carente,

Há muito tempo eu te esperava.

Viajante atemporal
Enviado por Viajante atemporal em 27/10/2018
Código do texto: T6487294
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.