Mais do que armas, amor

O corpo ressentia das dores muito cedo.

Era preciso levantar os olhos novamente.

Um novo horizonte estava ali pra se ver,

Mas o futuro era tão incerto como o vento.

Ódio assediou tantas vezes nosso coração,

Mas ainda assim não parou de pulsar sangue.

Havia esperança e amor, mais do que coragem.

Nuvens avassaladoras se aproximavam então.

Já havia perdido minha esperança neste mundo,

Tudo tinha a cor do ódio e da dor do desprezo.

Mas exceto por seus olhos na manhã bem cedo,

Era a vida que ainda persistia em ser amada.

Futuro que a pouco então sonhara acabou.

Só havia seu olhar perdido e despedaçado,

Mais ainda oferecia algum amor, isto bastava.

Vi o horizonte azul se reduzir a noite escura.

Você era a estrela que ainda ousava brilhar.

Eu ainda me lembrava do Sol e do seu calor.

A pequena luz distante era tudo que eu tinha.

O caminho tortuoso já não seria tão solitário.

Sentia o gosto perdido de um futuro de paz.

A violência dos tempos me levou este sonho.

A pequena luz distante era tudo que sobrou.

Mais do que armas, precisávamos do amor.

Guardamos então este segredo dos outros,

Protegido em nossas mentes da violência,

Os gestos que só nós sabíamos o sentido.

Vivemos escondidos esperando nova manhã.

*Dedicado a todos que hoje sentem medo, mas não perderam o amor.

Wendel Alves Damasceno
Enviado por Wendel Alves Damasceno em 25/10/2018
Código do texto: T6486336
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