Hipócrita Divino III: Livre arbítrio ou Predestinação?
Duvido que Deus goste mais de palavras que ação,
Mudar-se diante o mundo é a maior maneira de mostrar devoção,
É se tornar melhor sem que queira devolução,
Não é se perder por alguém, é um ato de evolução,
Atualmente me moldo como uma lagarta no casulo,
Tentando enfrentar esse mundo obscuro,
Mas mesmo nesse universo escuro,
Eu o sinto, o vejo, o escuto,
Deus sempre esteve ciente dos meus atos contra a religião,
Pois todo ato de fé lhe faz um Deus pagão,
Não preciso de batismo para conhecer a salvação,
Apenas precisa-se ter fé e amor no coração,
Mas hoje não venho com heresia para cima do Todo Poderoso,
Vim falar sobre seu trabalho maravilhoso,
Nada no sentido oneroso,
Mesmo que eu seja um filho asqueroso,
Entendi o que é ser Deus através da luta contra o destino,
Como acabar com esperanças num pingo,
Trazendo a fragilidade humana como um vidro fino,
Mas que todo destino se proporciona como lindo,
Ouço Deus pelo balançar das folhas nas estações,
Vejo o sol e a lua andando como se fossem suas ações,
O jeito que se chora, grita, amaldiçoa, clama e ama com as orações,
Descobrindo que o destino não são mais que premonições,
Mas como eu não sei falar e nem ler as linhas da destinação final,
Cabe ao meu dia a dia ser sempre fenomenal,
Faça chuva, faça sol, faça tempestade ou temporal,
Estamos sempre presos ao destino afinal.
Mas eu decido quando o atual tende a acabar,
Quem ousa dizer-me ao contrário quando eu quero realmente tentar?
Acha mesmo que com toda essa vida dentro de mim eu iria me entregar?
Ou esse é o resultado que Você espera eu alcançar?
Odeio e amo o destino como o ar sopra uma pena,
Mais fácil ser infligido com uma dolorosa pena,
Não me contendo com que o único sentimento seja pena,
Mesmo sendo um teatro a nossa vida, não será tocada por Pena,
Destino traiçoeiro, com a vida tentando lhe derrubar,
Podendo sempre essa linha se partir e a vida se acabar,
Para morrer basta estar vivo, sempre se achando e se perdendo no limiar,
Mas se viver com medo, qual seria o sentido de tentar?
Não culpo Deus nem o destino por proporcionar a intensidade sentimental,
Não me importo com a vida enquanto for uma orquestra instrumental,
Há partes em grupo, já momentos feliz, tristes e o solo no final,
Solo de momento único e próprio, não estar sozinho num mundo abissal,
Um homem vivo nega a própria morte,
Não acredita que é somente pura sorte,
Não há destino que o conforte,
Por que sempre com um motivo de lutar, ele será forte,
Todo destino tende a acabar,
Todo amor tende a se afinar,
Toda família tende a se afastar,
Toda felicidade tende a esgotar,
Quem decidiu isso?
Quem foi o promíscuo?
Acha que entende de algo disso?
Acha que é a obra final no rabisco?
Tolo é aquele que limita o próprio amor,
Que se contenta em ser chicotado por dor,
Quando se esquenta com o frio calor,
Provando-se de um prato apenas pelo odor,
Enquanto estiver vivo eu nego o sentido limitado,
Nego estar divinamente fadado,
Nego sentir-me acorrentado,
Nego ser um boneco inacabado,
Quando me encontrar com a entidade que exala soberania,
Poderei saber da sua piedade e tirania,
Dizer se abando ou tentaria,
Se me jogo no esquecimento ou reencarnaria,
Não vivo por Deus, mas pelo seu objetivo em conjunto,
Ver a felicidade do filho moribundo,
Saber que ele tem uma parceira para andar junto,
Podendo mergulhar nesse mar profundo,
Hoje se acaba com a hipocrisia imortal,
Podendo viver com cada pecado mortal,
Saber que meu amor é descomunal,
Ter um relacionamento como uma coluna imperial,
Ninguém decide o quanto amo-a além da minha alma,
Podendo ter e ser feliz com toda a calma,
Creio no destino e não no carma,
Que será sempre minha amada,
Amém irmão, a pregação se esgotou,
O sermão já se acabou,
Volte para casa e fale que orou,
A saga do Hipócrita Divino se finalizou,
Hoje encerro e aceito que sou Deus do meu próprio caminho,
Que eu decido meu próprio destino,
Não existindo gaiola que me confino,
Não nego que sou da linhagem do filho,
Era destino aprender com a própria lição,
Que ele completou sua importante missão,
Fazendo aparecer sua divina benção,
Que sofremos mundanamente por ser o espelho da sua reencarnação.