TAÇAS GUARDADAS

A noite dobrará a capa,

Cerrará pesada porta

Que a abrigue do gelo nos ombros.

Soltará os animais no pasto,

Para um sono no estábulo.

Da respiração, a névoa,

Quente fumaça a derreter

O gelo do longo dia.

Onde colocar a cabeça,

Para sonhar em suave

Travesseiro?

As taças estão guardadas

E o brinde foi adiado.

Porta cerrada, fechemos

Também as janelas.

Não há estrela que mereça

O último olhar da poesia.

Raspe a neve do olhar

E abra as mãos,

Nelas ainda se agita o sangue.

Dalva Molina Mansano.

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 21/10/2018
Código do texto: T6482651
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