SAUDADES DO FAROL AO CAÇA E PESCA

As dunas brancas estão em lindo movimento

porque querem enterrar minha lembrança,

todavia estou vivo em meu pensamento,

revendo–o em visões de meu tempo de criança.

– Ó, Mucuripe, tão longe e tão solitário,

o teu belo farol tão alto jamais alcancei,

posto que quando lá estive fui temerário

e tão somente por isto nunca te escalei!

Para o Futuro, o salso mar e a longa praia,

com seus ainda sonoros vento e areia em união,

vistos nas canelas sobre o chão que lá se espraia

na maciez e na brancura de sua vastidão.

Quando pelo caminho e em dunas não aprumadas,

sobre o calçamento com pedras mal cortadas,

do Farol ao Caça e Pesca, águas espumadas;

e à direita, ainda sem construções levantadas.

Salvador, 30/01/1999.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 20/10/2018
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