O JOGO DAS CARTAS MACABRAS
Você deve ser sagaz para se movimentar por este tabuleiro
Olhando para frente sem deixar para trás o seu rastro ou o seu cheiro
E quando olhos distantes te fitarem frios ao caminhar por um denso nevoeiro
Deves ser mais implacável do que o medo e mais ágil do que vento traiçoeiro
Você deve manter a mente atenta e os olhos sempre abertos
Decifrando o gatilho de cada movimento para antecipar-se ao incerto
E quando o medo te colocar de contra um muro, deves criar asas e voar
Para longe da realidade que está prestes a vir na sua porta sussurrar
O jogo se revela no início da jornada
Um sonho pode te levar ao topo da montanha
Mas o tempo não pode apagar as marcas deixadas na estrada
E a pedra que brota do chão pisado é a carga que se ganha
Que em espiral lhe traga ao abismo com a consciência asfixiada
Até completar a cena clássica da tragédia anunciada
Quem é que arma no caminho essa encruzilhada?
É quem cria as cartas, quem as ensina ou a sua própria ação?
Quem é que impõem à existência essa regra macabra?
Quem carrega as pedras é quem constrói o muro ou é quem ordena a sua construção?