MARGENS
MARGENS
Nas margens outrora plácidas
Ondas de bárbaros vociferam
A forte correnteza das águas
Impede que os marginais
A esquerda e direita enfrentem-se
Em luta fratricida
Dois surfistas descem a corrente
Distantes das margens
Alternam-se na dianteira
Ao desaguar no mar
Vencedor e vencido
Abraçar-se-ão
Indiferentes a gritaria
Dos que ficaram como sempre
A margem
E serão (in)felizes para sempre