Voo

a poesia sai de mim como pássaro à espera do vento.

sai de mim como um adeus acenado.

sai, melancólica, para voos impossíveis.

sai... e não volta

porque quebraram-se as asas e desfizeram-se os rumos.

talvez devesse ter partido também.

mas, de onde?

para onde?

não encontrei respostas.

vi que não teria porto para a chegada, caso partisse.

ah, se eu pudesse partir com a poesia...

porque - ficando - você, que é meu porto, eu não teria.

Marco Xavier
Enviado por Marco Xavier em 19/10/2018
Reeditado em 19/10/2018
Código do texto: T6480634
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