Dias de Fel
Os dias percorrem dias de fel
os caminhos ficaram estreitos e cegos
a poesia ficou pálida, aflita…
almas vestem lutas de vermelho sangue
bocas se abrem nuas, inexatas
palavras nascem frias em silêncio
o mundo sopra o chão dos imbecis
a raça é pedra, surda, calada
o vinho que era nobre morreu cinza
o tato calou o abraço
o sangue turvo não é negro
a bala que não é doce
mata sem dar espaço
os laços se escondem no brilho da noite
o beijo indefeso, compila tardes da primavera
e uma fenda se abre em meu coração.