PARREIRAS DO SÃO FRANCISCO

Nessa pobre caatinga bem nordestina,

com secura e mormaço - seio do sertão,

água nobre respinga, vem cristalina,

sem quentura, no terraço - meio do patrão.

Naquela berrante fronteira bicolor,

estão parreira e latente mato nativo;

sequela errante, besteira sem pudor,

senão matreira e potente fato ativo!

Ó, palhaço sem cores, monocultural...

inovador em boas matas, és festivo!;

ó, espaço com dores, unicultural...

revelador: destoas, matas, és cativo!

Baco, em ingestão golada de vinho,

condena pé que apenas Deus plantou:

naco de plantação cortada, espinho...

amena fé que, em cenas, Ele cantou.

Salvador, 27/01/1998.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 19/10/2018
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