Mar revisitado
eu vi, meu amor, suas asas baterem com inesperado tremor
sobre esse mar de saudade que não estanca.
a palavra grita
entre um verso e outro
o desejo nos seus lábios quentes.
como se a palavra
outra vez
crepitasse ante a dor que sua ausência semeia
nesses versos tão públicos e tão secretos.
sei que os meus passos traçam
esta solidão
e nada, nem ninguém, nem nunca, nem mesmo o amor
evitará o infinito assombro...
mas em que mar, quem sabe, um dia te reencontro?