Sem aviso
Quem há de lembrar o tempo a passar?
Quem há de lembrar as feridas a sarar?
Quem há de entender o que é preciso fazer?
Quem há de brigar e deixar de viver?
Ele que sem aviso se foi,
Do outro lado a nós olhar
A esperança que em nós corrói
E o coração a perfurar.
A saudade que no peito aperta,
Nos ensina a suportar,
Os vazios que foram preenchidos
Por tua ausência.
E quem há de deixar de sonhar
Sob tua vida pousar
O sabiá que ao meu pé de ouvido
Hoje vive a cantar.