Beto,
Te conheci e passei a gostar de você,
sem jamais tê-lo visto pessoalmente.
Soube que viveu pescando afetos, aos montes.
Então...
tomei conhecimento de que a Dor
o havia atingido em cheio.
Por vezes não há remédio que cure.
Há balsamo...
ajuda, preocupação, Amor...
De todas essas coisas você foi cercado.
Também eu, fui fisgada pelo movimento de cuidá-lo,
mesmo que por caminhos diferentes.
As lutas findam...
a eternidade desconhece limites.
E foi assim que vi você virar Poesia.........
Gláucia,
eu o conheci em carne e osso,
sujeito traquina e refinado,
parceiro em todos os momentos.
nunca o vi reticente:
sempre aguerrido,
sorridente e carinhoso.
em meu barco
ele estará sempre no comando,
quer seja, na subida ou descida,
não importam as grandes corredeiras...
sei que sempre estarei em porto seguro.
agora ele vai jogar truco
com os melhores pescadores que conheci:
o menino Ronan,
o sorridente Pires
e o meu irmão Cronier.
a vida segue,
a vida prossegue,
a vida nos joga contra a parede
ainda assim,
canto e rio,
assobio e choro,
choro a sua partida.
mas jamais haverei de chorar a sua morte!