Numa contração em transe
 

Vivo a experimentar um novo tempo
Ando a colecionar pausas
É tempo de aceitar os meus impossíveis
E transformar todo o meu pensar 

A vida segue sem propósito
Da fila que anda em passos rústicos
Para delinear o contexto obscuro 
E sublimar numa contração
 
Simpatizo com a vida e fecho os olhos
Para entender a recompensa de fato
Levo na alma um segredo oculto
Deixo o desejo e me perco à toa
 
Na penumbra debruço meus sonhos
Sem um destino orquestrado
Quase inerente ao relato da alma
De perto sinto coisas estranhas
 
Tenho um caminho que sigo incerto
Para exaltar a saudade descrita
Aos olhos de um mundo nulo
Abraço a fé sem crédito
 
Numa contração em transe
Declino na terra um canto lírico
Abraço o meu corpo frágil e nu
Que escorre na água que cai da  lágrima

 
Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 15/10/2018
Reeditado em 21/11/2018
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