miríade de versos desconexos
“Miríade de Versos Desconexos”
Não há dúvidas entre a imensidão de um Verne
E a rasidão estéril e incontrita de um Coelho.
Mas, entre Olavo e Paulo, sempre opte pelo amor.
No vazio de todo silêncio se esconderá um vulcão.
E de toda explosão de magma virá a destruição,
Gritos de fluxos piroclásticos em tsunamis de lava.
Serão tempos sombrios de androides criando ciborgues,
De pensamento livre agrilhoado em bolhas digitais,
De robôs programando os seres humanos.
Resistir não é só gesto e nem palavra,
É um pensar que colide com o zeitgeist,
É um sorrir para as rugas da intolerância.
Viver é o gesto ousado de desafiar o tempo,
É ver a rosa que abrocha no inverno branco,
É ver o espinho romper a pele da flor púrpura.
Se estiver no olho do furacão, apenas ore.
Passarão as agruras e o hoje será ontem.
O segredo é a translação e não a rotação.
Há pessoas que vivem sonhos em comum
E os que preferem a mesma sala de temores.
Medos constroem muros - não abrem estradas.
Em um dia insólito, a verdade e a mentira se beijarão.
E de seus filhos bastardos nascerá a nova ordem mundial.
E, então, só a poesia libertará...
Maurício Muriack de Fernandes e Peixoto
15 de outubro de 2018