MINGUADAS
Eu não quero versos hoje
Tampouco amanhã os terei.
Deixei que todos se esvaíssem
De minhas mãos tão minguadas,
Pobre de poesia fiquei.
Tornei-me eclipse de mim,
Poético útero extirpado,
Sofri contrações sem fim,
Mesmo o corpo mutilado.
Perdi rimas e palavras,
Poema inútil de mau agouro,
Água que outrora jorrava
Agora é veio morredouro.
Não verte vida na lavra,
Fenece a semente e trava.
Dalva Molina Mansano