Tu, abrigo meu
Lembra-lo-ia de voar se não chovesse,
Mas precisei abrir as asas para ser abrigo,
As inúmeras vezes que houve sacrifícios,
Não coube em mim sinônimo de dedicação.
Ele que fora o motivo da minha pressa,
É hoje vestígios de uma saudade louca
Os fins que nos precederam, anunciaram
Todas as vezes que precisamos voltar.
O tempo que escorregou de minhas mãos
Nunca esteve ao meu alcance,
E nós nunca houvemos,
Sempre fora apenas a anunciação de um sonho mudo.
O silêncio que corroía quem queríamos ser,
Era suficiente para um proteger o outro,
Ainda que distantes, fomos
Fomos o abrigo que sempre precisamos ter.