Tu, abrigo meu

Lembra-lo-ia de voar se não chovesse,

Mas precisei abrir as asas para ser abrigo,

As inúmeras vezes que houve sacrifícios,

Não coube em mim sinônimo de dedicação.

Ele que fora o motivo da minha pressa,

É hoje vestígios de uma saudade louca

Os fins que nos precederam, anunciaram

Todas as vezes que precisamos voltar.

O tempo que escorregou de minhas mãos

Nunca esteve ao meu alcance,

E nós nunca houvemos,

Sempre fora apenas a anunciação de um sonho mudo.

O silêncio que corroía quem queríamos ser,

Era suficiente para um proteger o outro,

Ainda que distantes, fomos

Fomos o abrigo que sempre precisamos ter.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 14/10/2018
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