Novos tempos

Caminho a passos lentos

Pela rua fechada de sons maquinários

Esparsos sentimentos permeiam as estradas por onde passam

Carros, tristezas, a história e a morte

Não sei se há tempos, ou em breve

Alguém se diverte nas noites escuras

Para longe de um dia que nunca chega

--para honras incalculáveis--

Longe dos altares, dos ritos e das leviandades,

de um dia comum da classe média.

E lentamente nos perdemos, lentamente

Nos partimos, lentamente

Esvaímos, lentamente

Esquecemos, e dispersamos sobre o mundo,

sem cor de passado

(Ou mesmo, de futuro)

Nossa alegria vazia e nossos corações poluídos

Mas feliz, digo que sou!

Danço como quem perdeu os trilhos

Sob o eterno fim de cada glória

E sob o eterno véu de cada sina

E ergo bandeiras aos mortos, onde jazem

O corpo e a alma física

in memorian

E bravo, porém frágil

Digo não a cada grito, a cada incerteza

Da rua inútil e sem sustento por onde todos se perdem

(Que coduzem ao fim a que todos esperam)

Cansados porém vívidos, perdemos o céu

Para encontrar as estrelas

Wilde
Enviado por Wilde em 13/10/2018
Código do texto: T6475200
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