Novos tempos
Caminho a passos lentos
Pela rua fechada de sons maquinários
Esparsos sentimentos permeiam as estradas por onde passam
Carros, tristezas, a história e a morte
Não sei se há tempos, ou em breve
Alguém se diverte nas noites escuras
Para longe de um dia que nunca chega
--para honras incalculáveis--
Longe dos altares, dos ritos e das leviandades,
de um dia comum da classe média.
E lentamente nos perdemos, lentamente
Nos partimos, lentamente
Esvaímos, lentamente
Esquecemos, e dispersamos sobre o mundo,
sem cor de passado
(Ou mesmo, de futuro)
Nossa alegria vazia e nossos corações poluídos
Mas feliz, digo que sou!
Danço como quem perdeu os trilhos
Sob o eterno fim de cada glória
E sob o eterno véu de cada sina
E ergo bandeiras aos mortos, onde jazem
O corpo e a alma física
in memorian
E bravo, porém frágil
Digo não a cada grito, a cada incerteza
Da rua inútil e sem sustento por onde todos se perdem
(Que coduzem ao fim a que todos esperam)
Cansados porém vívidos, perdemos o céu
Para encontrar as estrelas